segunda-feira, 11 de abril de 2011

Simonia parte 2



 “A Nave dos Loucos”



Nessa época, parte da Itália – os Estudos  Pontifícios  - estava sob a autoridade do Papa, daí estes terem atuado como políticos e até chefes militares, descurando de suas atribuições espirituais. Sisto lV, por exemplo, objetivando ampliar o trritório da Igraja, meteu-se em intrigas, guerras e alianças espúrias. O mesmo fizeram seus sucessores, com destaque para o irascível Julio ll (1503 – 1513).  “(...) As coisas só pioravam a partir da morte de SistolV, que é sucedido por Inocêncio Vlll, um outro genovês, eleito graças às manobras simoníacas feitas em seu favor pelo cardeal Della Rovere (futuro Julio ll).  Se as testemunhas que lhe atribuem de sete a dezesseis filhos são provavelmente incorretas  e produtos da malevolência, não é certo  também que o número  se limite aos dois únicos, nascidos ao que parece antes da ordenação, que Inocêncio reconhece oficialmente: uma maça e um rapaz Franceschetto Cybo, que esposará, em 1488, Madalena de Médici, filha de Lourenço o Magnífico, e irmã do futuro papa Leão X, nomeado também cardeal, em 1492, com a idade de dezessete anos...” 
                                                                                                    ( Larivalle, 1988,p.92)

Nesta obra de Bosch, “A Nave dos Loucos” ( cerca de 1490), o artista exprime a sua  preocupação com a secularização da Igreja, os vícios do clero e a  vaidade de uma vida de luxo. Numa embarcação, come-se e bebe-se à vontade : uma freira, tocando um instrumento simboliza  o pecado da luxúria,  clérigos tentam morder um bolo pendurado à sua frente. O que ninguém nota é que , acima da bandeirola, um diabo alegremente , contemplava a cena.
O que chocou muitos peregrinos que participavam dos Jubileus em 1450, 1475 e 1500, era o faustoso luxo que predominava na cúria, bem como a proliferação em Roma de prostíbulos, festas e até orgias com a participação de clérigos.

































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