sábado, 23 de abril de 2011

A CULTURA E AS REFORMAS PARTE 3


mesmo peças com temas bíblicos. Já Lutero encarava as tradições populares com relativa simpatia, pois achava que as pessoas deveriam ter mais divertimentos. Os seus seguidores não pensavam da mesma forma e vários festejos populares foram abolidos.  No início da reforma protestante, p teatro e o carnaval foram usados para ridicularizar a Igreja Católica; com o tempo, foram sendo reprimidos. Como salientou Peter Burke, a cultura protestante era a cultura do sermão. Sermões longos, emotivos, que arrancavam dos fiéis suspiros sobre tudo lagrimas. Entre os protestantes, os leigos passavam a desempenhar um papel relevante.  As edições da Bíblia se sucediam. A necessidade de lê-la, pois a Sagrada Escritura constituía-se na única fonte de fé, fez com que artesões e camponeses fossem alfabetizados pelos protestantes, o número de pessoas analfabetas, apesar de ainda ser grande, era menor do que nas regiões predominantes católicas.   Lutero, apenas de ter proibido as imagens e reduzido o ritual, deu grande ênfase à música, por isso escreveu muitos hinos.  Ele e seus seguidores procuravam adaptar seus hinos às canções populares. Mas tarde, a música religiosa de Johann Sebastan Bach (1685-1750) teve suas raízes na cultura popular tradicional. Em Florença, Savanarola “cartnavalizou” seus ataques às coisas mundanas, ao carnaval e aos pecados, queimando-as em grandes e concorridas fogueiras. Carlos Barromeu proibiu as peças teatrais, porém organizou procissões, com efeitos de luz e som; na Ásia e na África, os missionários, especialmente os jesuítas, empregavam o teatro e as imagens para converterem os pagãos. Em Roma, Filipe de Néri (1515-1595) soube associar a sua cultura erudita a elementos da cultura popular, obtendo ótimo resultados.  É possível que ele tenha sido um dos maiores responsáveis por reaproximar a Igreja Católica dos fiéis.

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