sábado, 23 de abril de 2011

A CULTURA E AS REFORMAS PARTE 2


O carnaval não era apenas uma festa de sexo, mas também uma festa de agressão, profanação. De fato, talvez seja de se pensar no sexo como meio termo entre a comida e a violência. A violência, como o sexo, era mais ou menos sublimada em ritual. Nessa ocasião a agressão verbal era permitida; os mascarados podiam insultar os indivíduos e criticar as autoridades. Era a  hora de denunciar o vizinho como cornudo ou saco de pancada de sua mulher”.
                                                                 (BURKE,1995, p. 210-211)
Em suma, o carnaval se constituía numa oportunidade de se concretizarem fantasias reprimidas durante o ano. Era uma época de violência, com roubos, brigas e muitos assassinatos. É evidente que o carnaval não era só isso, pois existiam muitas brincadeiras inocentes e lúdicas, como os carros alegóricos, as pessoas fantasiadas, disputas em ringues, corridas de cavalos, corridas a pé, brincava-se de cabo-de-guerra, realizavam-se “guerras” de ovos e multidões se “divertiam” apedrejando cães e galos.  A partir do século XVl, tanto católicos como protestantes procuraram combater os excessos, daquilo que hoje chamamos de “cultura popular”.
É verdade que o combate à cultura popular variou no espaça e no tempo, bem como não havia concordância de como e o que combater entre católicos e protestantes. Porém, é possível afirmamos que luteranos, calvinistas, anglicanos, católicos, etc..., procuraram reprimir ou então purificar certas práticas populares. Para isso utilizou-se tanto da repressão quanto da persuasão. Nesse aspecto, os protestantes, especialmente os calvinistas, foram bem mais repressivos. Foram proibidos os jogos, os cantos, a leitura de romances, as fogueiras, as festas e até

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