“Bruxas e feiticeiros reuniam-se à noite, geralmente em lugares solitários, no campo ou na montanha. Os que vinham pela primeira vez deviam renunciar a fé cristã, profanar os sacramentos e render homenagens ao Diabo, presente sob a forma humana ou como animal ou semi-animal. Seguiam-se banquetes, danças, orgias sexuais. Antes de voltar para casa, bruxas e feiticeiros recebiam ungüentos maléficos, produzidos com gordura de crianças e outros ingredientes”.
(GINZBURG, 1991,p.09)
Essa é uma descrição sucinta do sabá, que até o século XVlll, e mesmo depois, era tido como verdadeiro pela maioria das pessoas. Na idade Moderna, católica e protestante procuram combater não apenas o Satã, mas também seus adoradores e prepostos. A crença em bruxas é muito anterior à era cristã. Gregos e romanos, por exemplo, acreditavam nelas, grandes poetas, como Homero, Virgílio e Ovídio cantaram os poderes ocultos de poderosas feiticeiras. Encantamento, adivinhações, talismãs do amor, maldições e ações de graça pela vida e pela fertilidade, com várias formas de expressão sexual caracterizam as práticas de feiticeira.
Satã
Do latim “Satan”, o demônio. Originalmente, Satã era apenas um servidor submisso, mas acabou erigido em rival e feroz adversário de Deus. Para o papa Paulo Vl, “um ser vivo, espiritual, pervertido e corruptor”
O Direito e a Sexualidade
O Direito Criminal até recentemente condenava (e ainda em alguns países condena) aquilo que rompia com os padrões morais considerados aceitáveis. Para as pessoas da época, o homossexualismo (tanto feminino, quanto masculino) e outras “anomalias” deviam ser combatidas. A mulher estava numa posição de inferioridade e seu adultério era punido com a morte: “Achando o homem casado sua mulher em adultério, licitamente poderá matar assim a ela como o adultero...”
(ORDENANÇÕES FILIPINAS,LIVRO 5º, TÍTULO XXXVlll)
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