segunda-feira, 16 de maio de 2011

Praticas Religiosas


Lutero denunciou grande parte das praticas religiosas de seu tempo num crescendo cada vez mais estridente de protesto que em breve deixou intacto muito pouco da antiga igreja. Definiu a Igreja em termos grosseiramente reducionistas, simplesmente como o rebanho que prestava a atenção nos assobios do pastor:”Uma criança de sete anos sabe o que é a Igreja, isto é, piedosos crentes e carneiros que ouvem a voz do pastor”. Para Leão X, o papa que o excomungou, Lutero era um javali selvagem, que desenraizava as videiras da Igreja, cuidadosamente cultivadas. Lutero reagiu chamando o papa “homem do pecado e filho da perdição”, o “fim e resíduo de todas as idades”, o no fim de sua vida, num livro que ele de reconhece não haver “ agradado igualmente a todos, ‘O Pai mais Diabólico’”. O paradoxo é que a crítica de Lutero veio do cerne da tradição que ele denunciava. Sua consciência, sente-se fascinada pela Bíblia como Palavra de Deus, o único verdadeiro fundamento da fé da Igreja. Compreender que a reforma não era, a seus olhos, uma novidade, é o começo da sabedoria. “Reforma” era uma espécie de mantra já rodado muito antes da Reforma. “Reforma” (tradução de reformatio do latim) era uma formulação claramente diferente e bastante mais concreta à qual, não obstante, nem mesmo o séculoXVl atribuiu todo o sentido genérico que mais tarde o termo assumiria para os historiadores, No século Xl o papa Gregório presidia ao que a história conhece como reformas gregorianas, que procuravam enviar as influências corruptas da secularização sobre a Igreja, ao insistir no celibato eclesiástico, no fim da compra e venda dos serviços divinos (“simonia”) e no controle laico dos negócios da Igreja. Em 1215, outro papa reformador, Inocêncio lll, convocou em Roma o quarto dos concílios da Igreja realizados no Palácio de Latrão, o qual formulou o que se tornaria a doutrina oficial da Eucaristia e exigiu que os cristãos confessassem anualmente seus pecados, um importante marco.O papa Inocêncio também julgaram desejável uma reforma que impedisse a formação de novas ordens religiosas, e assim os frades franciscanos e dominicanos foram os últimos a ser reconhecidos, ambos expressões dos vigorosos impulsos reformistas de seus fundadores, São Francisco e São Domingos.


Collinson,Patrick,1ªSérie em português,2006,editora,ObjetivaLtda.
Tradução de S.Duarte
titulo original The Reformation



imagem cpf22.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário