sábado, 4 de junho de 2011

Pregadores e Panfletário era um Reformista

Sem Martinho  Lutero, o século XVl poderia haver testemunhado uma série de movimento convulsivos de reforma religiosa, mais de um cisma no que havia sido o manto inconsútil da Igreja Católica,e o termo Reforma poderia haver aplicado a todas esses movimentos. Ao mesmo tempo, porém, a reforma não foi simplesmente luterana. Lutero não foi um antipapa. Eis o que disse aos habitantes de Estrasburgo em uma reunião teológica de cúpula em 1529: “Não sou vosso senhor nem vosso juiz. Enquanto ensinais em Estrasburgo  não me preocupa . Enquanto persistirdes em não aceitar meus ensinamentos, não posso tolerar-vos como discípulos”  ( Em Lutero, a auto-afirmação e a auto-abnegação representavam duas faces da mesma moeda).  No início  a Reforma aconteceu principalmente nas cidades – tinham sua própria lei, a cada pregador e panfletário era um reformista, segundo suas próprias idéias. Outras regiões, como outras culturas, inventavam outros modelos de reforma, especialmente a Suíça, que atraiu para sua órbita o sudeste da Alemanha, inclusive os habitantes de Estrasburgo.  Os chamados Anabatistas se dispersaram em várias direções, desligando-se das amarras da lei e do governo, de forma que o rótulo moderno e genérico de “radicais” lhes poderá ser mais adequado.  E em breve passou a existir um novo planeta teológico que exerceu força de gravidade ainda maior do que a de Lutero: o Frances João Calvino, cujo poderoso intelecto dominou Genebra.  Entre os calvinistas, ou “reformados”, e os luteranos, ou “evangélicos”, abriu-se um grande hiato que nem mesmo as atribuições comuns dos cristãos protestantes na Alemanha nazista conseguiram transpor. Um dos primeiros dissidentes foi um dos colegas de Lutero, e de forma seu superior, na universidade e na igreja de Wittenberg, Andreas bodenstein Von Karlstardt (1486-1541).  Karlstardt era um míssel errante, homem cheio de idéias em constante mutação, mas não era um Lutero, e isso criava ressentimentos.  Foi ele quem desafiou John Eck com a dose supraletal de nada menos do que 405 teses, provocando o grande debate em Leipziig, onde foi suplantado por Lutero.  Em Witteenberg, em 1521-22, durante a ausência de Lutero em Wartburg, Karstadt (e Melanchthon, pois a culpa não foi inteiramente do primeiro), entretanto em ação: uma simplificação radical da missa calebrada em roupagens quotidianas comuns, iconoclastia, um programa da reforma municipal e para si próprio, casamento com uma menina de 15 anos. O Movimento de Wittenberg foi precipitado e ilegal, mas Karlstadt apenas antecipara o que se tornaria em muitas cidades o programa da reforma. Atípica foi a relutância de Lutero em transformar suas idéias em ação radical; somente em 1526 ele publicaria um missal em alemão.  Mais tarde Lutero regressou, Karlstadt foi repudiado e humilhado, retirando-se para o campo, onde vestiu roupas de camponês, passou a freqüentar os bares e pediu que o chamassem de “Andreas, nosso vizinho”.Segui-se um processo de progressiva radicalização, que Lutero desprezou, considerando-o pura ambição.

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